quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

As pessoas das sombras


Eu não gosto de pessoas!
Isso pode soar um pouco polêmico,
Mas não é, não tenho IBOPE para isso, mas gosto de pensar:
Eu não gosto de pessoas!
Pessoas prometem,
Pessoas não cumprem,
Pessoas fazem esforços para atingir certos objetivos
E no momento que conseguem o que querem
Fazem o contrário do que deveriam fazer.
Pessoas adoram ser complexas
E não percebem que na simplicidade poderiam encontrar a paz que tanto almejam.
Professam ter fé,
Viver em harmonia com outras pessoas,
Não serem apegadas ao dinheiro, aos bens materiais
E em algum momento de sua vida medíocre
As pessoas se contradizem.
As pessoas sempre se contradizem!
Sem qualquer esforço
As pessoas caminham na sombra
A mercê de suas mentiras,
Pior, acreditando em suas próprias mentiras,
Vivendo momentos infelizes,
Matando-se aos poucos em um emprego simplório que lhe trás apenas mazelas e dores de cabeça.
Matando-se aos poucos pela falta de coragem de mudar de vida.
Matando-se aos poucos pelas indecisões de outras pessoas que influenciam diretamente a sua vida.
Matando-se aos poucos por não ter vivido aspectos diferente da vida, pois antes mesmo de chegarem na época das responsabilidades de verdade, tiveram de aprender a duras penas que ela (a responsabilidade) é apenas a reação de uma ação impensada e geralmente fadada ao fracasso.
Pessoas são fracas!
Lentamente as pessoas das sombras caminham para suas sepulturas,
Lentamente as pessoas das sombras vão ficando pelo caminho,
Lentamente suas luzes se apagam, sua vida segue em piloto automático
E suas mentiras viram sua única realidade,
Suas juras de felicidade não passam de uma tentativa de encobrir sua pobre realidade, o abandono, o falso amor e a necessidade de se sentir melhor do que outros pobres coitados que vivem jogados por aí.
Pessoas falam em lutar e vencer,
Pessoas mentem sobre isso, leram algo em algum pedaço de papel que encontraram e depois jogaram no lixo.
Pessoas falam em superação,
Pessoas não entendem sobre isso, pois a única superação foi transformar seu status de vida de insignificante para ordinário.
Pessoas são falsas, hipócritas, sem amor próprio, idólatras e constantemente idiotas.
Discutem banalidades, falam o que não devem, caçoam de quem não se deve caçoar e não valorizam aquilo que acreditam ser a amizade.
Desistem, recomeçam e definitivamente não aprendem absolutamente nada com tudo que passou.
Eu não gosto de pessoas,
Não gosto da valorização da beleza,
Não gosto da valorização do intelecto,
Não gosto da valorização material,
Não gosto do sentir pena dos outros,
Não gosto do sentir nojo dos outros,
Não gosto dos agradecimentos a Deus,
Não gosto dos sorrisos falsos nas ruas.
Já acreditei que as pessoas tinham muito o que aprender,
Hoje sei que é impossível,
Pessoas não querem aprender,
Pessoas gostam de errar,
Pessoas se orgulham dos seus erros,
Pessoas valorizam sua ignorância,
Definitivamente eu aceito a máxima:
Tanto faz, é igual,
Felizes são os peixes!

Monólogo de um amor platônico - Do querer e não ter.








Esta noite soa incrivelmente melancólica
Seria igual a todas as noites se eu não estivesse alimentando o meu algoz interior
A minha idolatria ultra-romântica, que só me faz perder
Quando falo de perda, falo de ausência total
Tenho aqui dentro, sentimentos que não deveria ter
Sou um egoísta por natureza
Me sinto em luto pela parte de mim que morre dentro de você
Quando sei que me esquece ou me ignora eu perco pedaços do que me define
Minha identidade adulterada
Sem sua atenção eu não passo de um estranho pra mim mesmo
Sinto desconforto dentro do meu próprio corpo,
Nas esquinas do meu interior quando não te encontro, não passo de um ser que respira sem sentido ter.
O trabalho e o entretenimento vêm aos poucos matando o que ainda resta de mim
Lacerando o que ainda há do meu lívido romantismo
Fujo de todas as formas do estereótipo do normal
Quero continuar ouvindo minhas musicas melancólicas
Chorando vendo filmes românticos
Querendo o paraíso proibido dos outros
e gostando das coisas bucólicas que ninguém dá valor
Sem inspiração, vou escrevendo poesias que não rimam com nada
Meu pensamento que errante vaga
Imaginando o que eu não consigo ver
Sentindo falta do que eu não posso ter
Me sinto distante, dedilhando páginas cá estou, infringindo a lei
Passeando nas poesias, sem as ler
Sentindo inveja das coisas que não consigo escrever
A vida é tão valiosa e tão curta
e eu aqui a estou desperdiçando,
Escrevendo pra reclamar algo que nunca foi de fato meu
Fazendo planos que não posso concretizar
Procurando um tesouro que no meu mapa, ausente está
Forçando a mente pra alguns lugares me levar
Pro teu mar velejar
Guiado pela luz de um abajur a meio tom
No teu leito quero atracar
Penso, penso como seria se ao teu lado pudesse repousar
Se eu ali estivesse, meu corpo saberia reagir à altura do momento.
Saberia nos meus sinais o quanto eu queria.
Pra eternizar o momento, por Deus, o que eu faria
Usaria de uma só vez todo o amor que se pode ter em uma vida

Volto pro meu submundo
Degustar mais meia taça de questionamentos
Dos porquês que me convencem de que não posso
Longe disso, já nem sei o que quero
Mas sei o que não posso ter
A minha vida passa
O mundo ainda continuará a existir
e eu sem saber o sabor que tem você
Quando partir desse mundo crasso
Extraiam desse texto o meu epitáfio

“Não passou de um ser, que respirava sem sentido ter."

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O silêncio no Jardim Secreto


O nome dela era Alice. Cabelos morenos, macios. Olhos castanhos, mel.
Não era muito estudiosa, mas vivia em seus livros os quais nunca foram pedidos como prova em época colegial. Amava escrever, mas não era de mostrar a seus familiares, acredito que nem um deles sonha que ela tenha essa “facilidade” ou algo assim. Era uma menina muito encantadora, por onde passava gargalhadas eram garantidas. Mas que todos não sabiam era o quanto estava longe de barulho e de multidão, vivia em uma briga constante, ela lutava repetidamente com suas aflições e seus medos, o maior dele até era a solidão.
Um dia percebeu o quanto isso a fazia mal, sentia-se fraca. E não gostou de perceber isso, então, decidiu enfrentar. Mas não pediu ajuda para ninguém, nem se quer manifestou-se, começou a silenciar sua mente, ler mais, voltar a escrever também. Todos estão de férias, maioria viajando ou até mesmo uns trabalhando. Mas tinha um ou outro que continuava em sua volta, os que decidiram em não fazer nada justo na época que todos saem de suas respectivas cidades.
Em vez de procurar festas, olhar cada um em sua agenda eletrônica e ligar para ver quem estava por ali sem fazer nada decidiu apagar alguns números.  
Deixar muitas vezes, seu celular no silencioso para não perceber ele tocar.
Enquanto tentavam convida - lá para festa, agitos. Permaneceu em silêncio!
Mudança comportamental.
Todos não perceberam ou se perceberam não comentaram!
Mas ela agradece por ninguém ter comentado, pois sua mente já estava a gritar com tantas coisas acontecendo, todos pedindo seu conselho, mas ninguém chegou e perguntou primeiramente “como você está?” não com a real intenção de querer saber.
E se perguntassem ela como sempre iria dizer “estou bem, obrigada!”
Alice está feliz agora neste momento. Ela voltou a ler aquilo que gosta, está em seu mundo da escrita no seu “Jardim Secreto” nele sente-se segura, forte. Quando tem contato com o mundo externo não se deixa levar por outros, fez um campo de força para se proteger, se alguém lhe perguntar hoje “como você está?” irá responder “estou bem, obrigada!”, mas agora Alice sabe que está realmente bem.
E Alice tem a causadora de seus textos, a droga para sua imaginação, e sua "inspiradora" causa palavras complexas e, com isso vem à tona seus sentidos que ficam estremecidos. Essa causadora morrerá em segredo em seu “Jardim Secreto” e se perguntarem “quem é?”, Alice não responderá.

Alice gosta de silêncio. Ama músicas do estilo Cat Power ou Loreena McKennit.

O silêncio para muitos não significa nada além da solidão, mas para Alice significa muito além do que muitos acreditam ou que possam acreditar. Significa falar com seu EU interno. O seu EU que predomina sua vida, que é a sua essência.