quinta-feira, 4 de março de 2010

Rituais...

O vinho não foi bento

A nave da capela ficou fria

O livro não foi lido

Cânticos de louvor ecoaram

sem sentido

O cálice suspenso

entre mãos tingiu

a bata branca onde

a cólera controla o

fogo sagrado na pira

funerária que consome

à fúria

Rosários desfiam

entre dedos feridos

Em clausura secam

corpos fecundos

em eterna prisão

Nos outeiros em gritos

vermelhos crescem flores

O missal comtempla as

bençãos solenes

Nos joelhos feridos

constante oração

Tortura no confissionário

onde ecoam gemidos

Pecadora confessa

espera punição

Ungiu de óleo seu

corpo em chamas

Adormeceu ébria

nos braços de Baco

Roga absolvição

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