Apesar da luz branca que atravessa a janela
sinto que entrei num mundo de sombras
recolhida no silêncio com uma cortina de tule
descendo diante de meus olhos
O grito mudo de sua ausência some entre
as paredes em espantoso silêncio, ouço
sua voz calada,escuto sua respiração morta
Te amo no desespero dos aflitos
Ouço seu caminhar no vulto encolhido
solitário que passa curvado, prostado
em cruz, com seus braços soltos nos
lados como um anjo caído
As velas acesas despejam sobre
seus despojos uma sombra triste
nas paredes
Sozinha cruzo as mãos em prece
cerro sua pálpebras como borboletas
cansadas de dançar entre flores inquietas
Lamento como uma carpideira entoo
à ladainha
Em desespero brado em gritos infames
Não posso ser seu luto!
Entrego sua alma à esteira rolante da
eternidade desço o véu,sigo em sombra
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