quinta-feira, 4 de março de 2010

Voz Calada...

Apesar da luz branca que atravessa a janela

sinto que entrei num mundo de sombras

recolhida no silêncio com uma cortina de tule

descendo diante de meus olhos

O grito mudo de sua ausência some entre

as paredes em espantoso silêncio, ouço

sua voz calada,escuto sua respiração morta

Te amo no desespero dos aflitos

Ouço seu caminhar no vulto encolhido

solitário que passa curvado, prostado

em cruz, com seus braços soltos nos

lados como um anjo caído

As velas acesas despejam sobre

seus despojos uma sombra triste

nas paredes

Sozinha cruzo as mãos em prece

cerro sua pálpebras como borboletas

cansadas de dançar entre flores inquietas

Lamento como uma carpideira entoo

à ladainha

Em desespero brado em gritos infames

Não posso ser seu luto!

Entrego sua alma à esteira rolante da

eternidade desço o véu,sigo em sombra

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